domingo, 30 de outubro de 2011

Quem paga a conta da luz?!

Uso e abuso da luz!


            Verifique o leitor, na sua cidade de residência, o desperdício energético que tem lugar nos espaços públicos. E imagine o dinheiro que se gasta. Recorde-se que esse dinheiro também é seu. E lembre-se dos enormes sacrifícios a que nos obrigam actualmente para pagar as megalomanias e roubos de um passado recente… Como se sente?

Aqui ficam algumas fotografias que ilustram o que acontece na Cidade da Figueira da Foz.
Como podemos observar, o gasto de luz é imenso. Existem, na praia da Claridade, 3 campos de futebol, 2 campos de basket, 1 campo de ténis e 1 parque radical iluminados durante toda a noite com potentes focos de luz sem servirem efectivamente para coisa alguma, como de resto podemos confirmar pelas fotografias que apresento, tiradas num Domingo, cerca das 22h00.
Estes espaços estão sem vivalma, noites a fio…

Foto1: Um dos campos de futebol da praia da Claridade

Foto2: Um dos campos de basket da praia da Claridade

Foto3: Parque radical de Buarcos (praia)


            Ainda podemos “visitar” uma das escolas intervencionadas pela Parque Escolar, a Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, e deparar-nos com a mesma abundância de luz. Em volta de todo o recinto existem luzes e focos, no chão e na fachada do edifício, que não servem absolutamente para nada.

Foto4: Exterior da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho

Foto5: Entrada da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho


            Será muito difícil sabermos ao certo quanto é que as nossas cidades gastam com todos estes exageros. Mas a poupança energética é um assunto muito sério. Para além da previsível exorbitância de dinheiro que se gasta sem utilidade, o uso e abuso da luz é um dos motes para o aumento da poluição ambiental. E o nosso país, sendo um grande incumpridor do Protocolo de Quioto, deveria ter finalmente outro tipo de políticas a este nível.

Dá que pensar…

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O nosso mercado paralelo: como roubar um Estado

Este texto tem dupla autoria: Sérgio Seco Nabais e Hugo Ribeiro. Foi feito no início de Setembro, perspectivando-se que seja publicado na próxima edição do Jornal Universitário de Coimbra "A Cabra".
Infelizmente, não nos foi possível encontrar um gráfico que melhor traduzisse a estimativa de crescimento do nosso mercado paralelo ao longo dos anos.
Certo é que o nosso PIB (Produto Interno Bruto) se situará perto dos 160 mil milhões de euros e tem sido difundido pelos meios de comunicação social, todos os anos (sobretudo na última década), um aumento exponencial da fuga ao fisco, estimando-se que o nosso mercado paralelo valha hoje qualquer coisa como 40 mil milhões de euros.
Perspectiva-se ainda um grande agravamento da situação nos próximos anos, devido ao plano de resgate financeiro a que estamos sujeitos e que implica medidas asfixiantes para a nossa Economia...

Eduardo Catroga, a 5 de Maio de 2011 (um mês antes das eleições), numa entrevista à TSF, prometia que o PSD liderado por Pedro Passos Coelho iria derrubar o "Estado gordo" e "atacar ferozmente todo o mercado paralelo"

          
                    A todos nós se exigem sacrifícios em nome da solidariedade nacional para com o pagamento do desastre em que nos encontramos.

            Mas todos temos também o direito de exigir mudanças profundas, começando pela miscelânea de tiques da nossa classe política e pelos vícios de um sistema democrático caquéctico.

            O nosso mercado paralelo é um roubo diário, económico e ético. É de uma injustiça atroz para todos nós mas, infelizmente, todos nós contribuímos para ele. Estima-se que represente cerca de 40 mil milhões de euros anuais (e, nos últimos anos, tem vindo a aumentar exponencialmente), sendo os ramos da restauração e o do mercado arrendatário os que contribuem mais para esta fuga ao fisco. 

        Alguns economistas têm mesmo afirmado publicamente que bastava ao Estado conseguir cobrar impostos a metade deste volume de negócios para que o país deixasse de pensar em défice e começasse a falar em crescimento e, quiçá, em superávit.

            Mas, afinal, porque é que estamos todos em “conluio” com esta situação? É simples. Pensemos num qualquer dia desta semana e nos gastos que tivemos nesse dia. A seguir, reflictamos: quantas vezes pedimos factura?

            De uma amostra pequena (duas pessoas: os dois autores deste texto), tirámos esta conclusão: pedimos factura (quando pedimos) apenas nas despesas que poderão ser introduzidas na declaração anual de IRS (fundamentalmente: saúde e educação). Mas, então, por que é que não o fazemos em todas as outras despesas?

            É que, se não o fizermos, estamos a compactuar com esta fraude. Façamos esse esforço! E, cada um de nós poderá facilmente fazer as contas: quantos impostos poderemos assim possibilitar que sejam arrecadados, tal como devem sê-lo? Comecemos pelas fotocópias que tiramos num qualquer centro de cópias, pelas rendas mensais que pagamos aos nossos senhorios, passemos pelos almoços e jantares em restaurantes, pelo supermercado, ou por um simples café…

            É importante termos todos conhecimento que a não emissão de factura permite, por um lado, a dispensa do pagamento de IVA, enganando o Estado e, por outro lado, a “maquilhagem” da respectiva contabilidade, defraudando gravemente o fisco, no que diz respeito ao real valor dos rendimentos obtidos e tributáveis.

            Exigirmos mudanças de comportamentos “lá em cima” não nos exime de uma justa auto-crítica.

          Mas podemos fazer mais! Podemos (e devemos) exigir que a facturação seja obrigatória para qualquer serviço prestado, ou seja, podemos exigir uma mudança na lei e penalizações para quem não a cumpra deste modo. Afinal de contas, eu pago os meus impostos, tu pagas os teus… Por que raio permitimos que alguns não paguem os deles?

            Mas, por enquanto, não nos esqueçamos: uma factura, para ser factura, tem que ser um papel em que seja nítida a inscrição “Venda a dinheiro”.

Sérgio Seco Nabais e Hugo Ribeiro

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Temos alternativa!

Finalmente temos alternativa!

Hoje foi um dia muito importante, muito significativo para todos aqueles que por aqui passaram e sonharam…sonharam com uma ideia de reforma e de refundação da Academia de Coimbra e de todo o sistema associativo local e nacional. Muitos dos quais ainda por cá andam…

E é sobretudo a esses a quem me dirijo hoje, muitos dias depois de tornar pública uma posição/opinião sobre a actualidade da nossa Universidade e da nossa Associação Académica de Coimbra. Volto a fazê-lo. Porque têm agora a hipótese real de mudança!

O que farão?


Para muitos (incluindo eu próprio) a vida já não nos permite, como outrora permitiu, uma intervenção activa nos destinos da Academia. A viagem por Coimbra termina e começa a aventura que para sempre transformará em saudade os momentos aqui vividos e que nunca mais serão esquecidos.

Hoje foi com grande agrado que vi o meu colega e amigo André Costa, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, assumir publicamente a liderança de um projecto firme, seguro, de mudança profunda de modelo e de estratégia, que transforme a Associação Académica de Coimbra numa instituição inteligentemente crítica a todos os níveis, catalisando os colegas das mais variadas áreas do conhecimento para esta intervenção cívica.

O papel aglutinador da AAC na Academia só terá um impacto real na nossa sociedade se aquela for capaz de chamar à participação específica os seus associados, criando para o efeito todas as condições de acesso e de trabalho. E para isto é necessário um sistema totalmente novo, funcional, atractivo, que promova uma rede de partilha de conhecimentos, de ideias, de projectos desenvolvidos pelos próprios sócios, e executados pela Direcção-Geral da AAC!

É indispensável combater a lógica instalada de protagonismo individual asfixiante e criar uma verdadeira teia social.

Acredito piamente que este caminho traçado pelo André e por tantos meus amigos que o acompanham é o caminho certo.

Acredito em vós porque conheço a fibra de que é feita muita da massa crítica que se juntou. Ficam os meus desejos e votos de sucesso! Fica a minha promessa de ajuda para tudo o que for necessário e em que poderei contribuir, com todas as minhas limitações pessoais. Fica também, não menos importante, o apelo para que sigam a rota traçada e que não caiam na tentação de ceder aos vícios e a toda a podridão que tem envolvido a participação política portuguesa em geral.

Fica o sonho, mais perto de ser realizado, de ver aproveitada toda a potencialidade da AAC.

Fica a esperança de, finalmente, ver uma Academia a funcionar em todo o seu explendor, servindo como trampolim para o sucesso profissional de todos os colegas e não se deixando usar como alavanca político-partidária por parte dos seus dirigentes.


Um grande Abraço. Sai um F.R.A.!

Acordai a Academia!