sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DESPERTAR a Academia!

              De todas as pessoas com quem me tenho cruzado na minha passagem por Coimbra, surge um pensamento quase unânime: há uma inércia crescente, que afecta não só a massa estudantil como os nossos representantes. E isso tem implicações profundas na forma como vemos e vivemos estes anos nesta bela Cidade e como nos comportaremos no futuro, como lidaremos com as dificuldades, como aprendemos a ultrapassá-las...
            Com todos os meus amigos já tive a discussão: “Mas, afinal, o que nos poderia dar uma Academia de Coimbra que aproveitasse todas as suas capacidades? Qual seria a diferença para aquilo que vivemos hoje?”. Passadas umas boas horas de conversa, depois de imaginadas todas as alterações que faríamos, muitos são aqueles que se deixam derrotar pelo fatalismo de que há poderes imbatíveis mas que, se assim não fosse, haveria realmente espaço para mudar muita coisa.
            Um facto: de ano para ano, sinto a AAC mais distante de todos nós, sem capacidade nem vontade de inverter a situação, bem pelo contrário… Outro facto: este foi o pior ano de todos, desde que em 2006 me matriculei pela 1ª vez na Universidade de Coimbra.
Entristece-me a forma como (não) se pensa a Academia. E penso que seja sintomático do que se passa no país. Mas o que me assusta mesmo, com base na experiência que até aqui vivi, é que o cenário poderá ser idêntico ou pior no futuro.
            É que esta Direcção-Geral consegue bater sucessivos recordes de improdutividade, tendo uma gestão de imagem verdadeiramente caótica e ruinosa para a AAC, que a todos deveria fazer pensar: É isto que queremos? É isto que merecemos?
Não tendo o colega (leitor) vontade ou oportunidade para participar mais activamente, é esta a Academia em que quis estudar? Foi esta Coimbra que sonhou?
Porque veio para cá?
           
Todos os anos, os candidatos à Direcção-Geral da AAC têm três opções:
1 - podem optar por apresentar-nos as mesmas caras, com as mesmas ideias;
2 - mudam as caras, mas não os paradigmas;
3 - surpreendem-nos e apresentam-nos uma mudança verdadeira, não só de caras, mas também de ideias, de projectos e de objectivos para o futuro.
A Academia, a Universidade e a Cidade já o merecem há décadas! 
Infelizmente, a tendência tem sido a escolha sucessiva da primeira opção, com salpicos da segunda…
          “Os ‘maus’ têm que dar lugar aos ‘melhores’” é uma frase que entrou na moda. Mesmo para aqueles que já por lá andaram, referem-se sistematicamente a si próprios como fazendo parte de projectos novos, que não são de continuidade, mas também não são de ruptura.
Temos que nos libertar das amarras da pequenez de espírito, que nos envolvem há demasiado tempo, porque a verdade é que podemos fazer muito e não estamos a fazê-lo! Andamos há demasiado tempo a deixar-nos levar por este ciclo sem fim de parca visão de futuro colectivo.
           
            Espero mesmo que a mudança aconteça, que consigamos enveredar por uma outra estratégia organizacional e que este não seja mais um ano em que a decepção me venha bater à porta e se mantenha tudo igual…



            É por isto que me recuso a “estar a dormir” neste momento. É por isto e por muito mais que apoio o projecto “Desperta a Academia”, sem o qual sairia de Coimbra sem sequer ter verdadeiramente tentado mudar seja o que for a um nível superior… E tudo isto sem estar em causa um qualquer cargo. Ajudarei este projecto, na medida em que me for possível, embora não venha a pertencer à Direcção-Geral caso o mesmo seja eleito.
            Termino cumprimentando todos os que também ajudam o “Desperta a Academia” apenas por carolice e que acreditam que, neste momento, é o único projecto credível que possa mudar o futuro dos futuros doutores de Coimbra!
           
            Saudações Académicas!

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